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Ayahuasca – Medicina etnobotânica para um potencial tratamento de Esclerose Lateral Amiotrófica

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tradução do texto contido em: https://ayahuascatreatment.wordpress.com/2014/09/01/ayahuasca-ethnobotanical-medicine-for-treatment-of-als/

Por Daniel Gustafsson

Este artigo é o resultado de seis anos de trabalho, estudando a medicina etnobotânica e o campo das neuropatias, criando conexões entre elas na busca de uma opção viável de tratamento para ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica, e condições neurodegenerativas semelhantes.

Povos nativos das Américas do Sul e Central, pertencentes a diversas tribos instaladas na Floresta Amazônica, carregam consigo uma antiga tradição de consumo de um remédio/chá natural conhecido por ayahuasca. Ele é feito basicamente de uma espécie de videira selvagem conhecida por Jagube ou Mariri (Banisteriopsis caapi). Frequentemente, mas não sempre, folhas de árvores conhecidas por Chacruna ou Chaliponga (Psychotria viridis e Diplopterys cabrerana) são adicionadas ao chá. Em algumas regiões, adiciona-se a casca da arvore Jurema (da família Leguminosae e gênero Mimosa).

Caapi planta que cresce na selva amazônica

Grandes florestas, como a Amazônica, são claramente entendidas como uma enorme fonte de recursos naturais e também como entidades fundamentais para a sustentação do ecossistema do planeta. Estima-se que nelas exista ainda uma grande quantidade de plantas desconhecidas e de grande valor medicinal, ainda por serem exploradas. Muitos remédios farmacêuticos convencionais da atualidade são originários de substâncias encontradas nessas florestas e, posteriormente, sintetizados em laboratório.

Não é de hoje que os etnofarmacologistas estão conscientes de que existe na Ayahuasca um valor como agente medicinal no tratamento de diversas doenças, mas até recentemente este argumento estava sendo defendido por poucos indivíduos dentro deste meio. Ainda que já houvesse registro de vários casos, e muitos deles dignos de credibilidade, ainda faltavam estudos mais sérios sobre o assunto.

No entanto, este cenário começou a mudar nos últimos anos. Substâncias naturais extraídas das plantas da Ayahuasca demonstraram possuir propriedades restaurativas e fortemente antioxidantes em células nervosas específicas no cérebro e no sistema nervoso central – controlando a neurotransmissão, a atividade motora, a memória e a coordenação. Com isso, as evidências tornam-se favoráveis à teoria de que a Ayahuasca poderia promover tratamento eficaz para doenças neurodegenerativas como ELA, Alzheimer e Parkinson. Outros resultados promissores têm sido obtidos pelo estudo da psilocibina, substância cuja estrutura é bastante próxima a de substâncias encontradas na Ayahuaca, sob o aspecto molecular, e é encontrada naturalmente em certas espécies de cogumelos medicinais consumidos em povos indígenas nos quais também é comum o consumo de Ayahuasca.

Segundo o Dr. Juan Ramos, chefe do departamento de doenças neurológicas na Universidade da Flórida do Sul, EUA, estudos preliminares mostram que estas substâncias estimulam o desenvolvimento de novas células nas áreas cerebrais. Comprovar o potencial de cura, dada pela restauração completa das células danificadas ou destruídas, ainda é algo que está por acontecer, mas os primeiros resultados já demonstram o potencial dessa abordagem. Há também um crescente interesse em explorar as propriedades regenerativas dessas plantas em pesquisas relacionadas a danos à medula espinhal. Pesquisadores de câncer também demonstram interesse no B. Caapi, uma vez que seus diferentes alcalóides se mostraram eficazes contra o crescimento de células cancerígenas.

Eduardo E. Schenberg, Universidade Federal de São Paulo:

Existem suficientes evidências que os princípios ativos da Ayahuasca, especialmente o DMT e a harmine, têm efeitos positivos em algumas culturas de células utilizadas para o estudo do câncer e em processos bioquímicos importantes no tratamento do câncer, tanto in vitro como in vivo, e por isso, os poucos relatos disponíveis de pessoas que beneficiaram da Ayahuasca nas suas experiências de tratamento do câncer deviam ser levadas a sério, e a hipótese apresentada aqui que pode ser completamente testada através de uma experimentação cientifica rigorosa, que ajude a entender os casos disponíveis e pavimentar o caminho para novas experiências.

Um recente estudo da Icahn School of Medicine, de Nova York, destacou a harmina (encontrada no cipó Mariri, da Ayahuasca) entre 100 mil substâncias, como sendo a única capaz de promover regeneração em células-beta do pâncreas (que produzem a insulina), uma descoberta de grande interesse nas pesquisas contra a diabetes. Outras evidências sugerem que a Ayahuasca possa ter poder de regeneração para vários tipos diferentes de células de diversas partes do corpo, demandando pesquisas em diferentes áreas de especialização da medicina, e em especial as relacionadas à doenças neurodegenerativas, das quais ainda descohece-se a cura.

Anteriormente, o uso de Ayahuasca era tido como um tema controverso, dado que a ciência ocidental tradicional entendia a planta como um simples alucinógeno. Em outras palavras, plantas medicinais como esta, de grande importância, foram por muito tempo negligenciadas pela comunidade científica e tomadas como meras drogas naturais. Um termo mais correto para essas plantas, no que diz respeito à cultura indígena, da qual a Ayahuasca faz parte, seria o de “enteógeno” – que significa que a planta é utilizada em um contexto sagrado pelo povo nativo, induzindo os participantes a experiências sagradas. Em diversos países, como o Peru, a Ayahuasca é legalizada e aceita como agente complementar à medicina, e nesses últimos 10 anos, a cultura ocidental têm progressivamente percebido sua postura pouco fundamentada e rasa com relação a enteógenos como a Ayahuasca, na medida que mais e mais estudos sobre plantas enteogênicas são finalizados com resultados positivos.

Juntamente com uma série de outros alcalóides similares ao da harmala, encontrados no cipó B. Caapi, harmalina é um inibidor de monoamina oxidase. Monoamina oxidase (MAO) é uma enzima produzida pelo corpo capaz de realizar a quebra de neurotransmissores (como a serotonina). A inibição de MAO permite que o neurotransmissor permaneça na sinapse por um período maior. Muitos antidepressivos atuam de maneira semelhante, estimulando os receptores em determinadas áreas. No entanto, os alcalóides presentes na Ayahuasca não devem ser comparados a antidepressivos; eles são diferentes, embora ambos tenham a habilidade de afetar os mesmos receptores. Como analogia, podemos dizer que os alcalóides presentes em B. Caapi e os antidepressivos utilizam o mesmo serviço de entrega de mensagens, mas carregando mensagens diferentes. As propriedades bioquímicas das plantas usadas na Ayahuasca, bem como seus efeitos sistêmicos nas diversas funções corpóreas, no momento podem ser atribuídos tão somente a essas plantas.

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Harmalina em conjunto com a harmina e tetrahidroharmina, todas elas são formas de inibidores da enzima MAO – são os componentes principais da planta medicinal Banisteropis caapi.

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Comparação entre moléculas de dimetiltriptamina, psilocina e serotonina (psilocibina é o precursor da psilocina)

É provado que a Ayahuasca em si é inofensiva, não havendo toxicidade em seus componentes, embora sejam comuns efeitos colaterais temporários como náusea e vertigens após o consumo. No entanto, a associação de certas drogas medicinais a MAO-inibidores (como os encontrados na Ayahuasca) é perigosa, de modo que esta última não deve ser combinada com nenhuma droga medicinal contraindicada; Pessoas que sofrem de diabetes, epilepsia ou pressão alta são aconselhadas a interromper seu tratamento. Os efeitos colaterais – um tanto desconfortáveis – da Ayahuasca, são diretamente proporcionais à quantidade ingerida, e pequenas quantidades consumidas para fins medicinais devem produzir ao usuário pouca (ou nenhuma) experiência destes efeitos colaterais.

Ao buscarmos informações sobre Ayahuasca, alguns poucos artigos negativos podem ser encontrados, alguns com fortes apelos emocionais (o que é compreensível), pois contam histórias de turistas desafortunados que, por conta própria ou convencidos a tal, beberam algo a mais do que apenas Ayahuasca – a saber, a planta tóxica datura – com sérios prejuízos à saúde (incluindo óbito em alguns poucos casos conhecidos). Esse tipo de relato conduz as pessoas ao medo e à desinformação, e não só é trágico para o usuário cuja saúde fora prejudicada e sua família, como também à comunidade de medicina natural que está tentando promover o uso medicinal com segurança e responsabilidade, buscando benefícios e tratamentos para doenças que a medicina tradicional falha em tentar prover. Manchetes sensacionalistas que produzem informação infundadas, escritas por pessoas sem qualquer conhecimento sobre medicina etnobotânica, defiitivamente não ajudam de maneira alguma os pacientes de ELA e outras doenças, que procuram por tratamentos viáveis para sua condição. Em diversos países, incluindo Peru, Brasil e Costa Rica, existem centros autorizados que oferecem tratamento à base de Ayahuasca, onde as plantas certas são utilizadas, eventualmente cultivadas de forma orgânica na mesma propriedade e preparada por botânicos experientes.

Um dos mais recentes estudos sobre B. Caapi foi feito em 1920, envolvendo pacientes com doença de Parkinson. Os pacientes perceberam grandes melhoras nos sintomas da doença após as primeiras sessões, mas infelizmente a pesquisa foi descontinuada por falta de investimento, uma vez que as substâncias presentes em plantas naturais não poderiam ser traduzidas em patentes, fugindo portanto aos interesses da indústria farmacêutica.

Como terapia alternativa, é provável que a Ayahuasca ganhe ainda mais atenção nos próximos anos, apesar de já estar bem estabelecida. As descobertas podem levar à produção de uma droga fármaco-terapêutica derivada dessa planta, porém pode ainda levar alguns anos. O processo desde os estudos, passando por tentativas, até um eventual lançamento de uma droga aprovada, feita para o uso no sistema de assistência médica, é lento, por razões óbvias. Um fato interessante é que a Ayahuasca, em sua forma natural, é uma coisa que hoje está disponível, para quem tem falta de opções em outros tratamentos. Para aqueles que querem – e podem – participar de um tratamento alternativo usando Ayauhuasca, a possibilidade de melhoria existe, mesmo que ainda não seja garantida. Como em muitas outras situações análogas, os resultados individuais variam; é necessário ser cauteloso em não alimentar demasiadamente as expectativas das pessoas interessadas enquanto o trabalho ainda estiver em andamento. Ainda há a importância de reforçar as informações a respeito do uso conjugado com medicamentos contra-indicados, minimizando assim os riscos associados. De qualquer modo, ainda que mais estudos sejam esperados, essa é uma informação informação que deve chamar a atenção de muitos que sofrem de uma doença degenerativa progressiva, como é o caso da ELA.

Minha expêriencia pessoal com a doença ocorreu com o falecimento da mãe de uma pessoa muito próxima a mim, devido à ELA, alguns anos atrás. O andamento de sua doença foi rápido, e infelizmente, muitos dos estudos que estão hoje disponíveis, ainda não tinham sido publicados. Isso me levou a investigar a relação entre qualquer medicina natural e o tratamento de doenças neurológicas.

B. Caapi pode ser obtida obtida legalmente na maioria dos países/estados, bem como uma série de outros remédios à base de ervas já conhecidos, assim como Ginkgo Biloba e Ginseng. Entretanto, assim como estes outros potentes suplementos naturais, cabe ao consumidor, usá-los e combiná-los de modo consciente e com responsabilidade. A medicina natural deve sempre ser tratada com muito respeito, assim como as demais drogas da medicina convencional.

B. Caapi growth stages

A substância conhecida como dimetiltriptamina, encontrada em plantas tradicionalmente adicionadas à Ayahuasca, é, entretanto, regulamentada por lei em alguns países, como uma substância controlada. (o que é muito questionável, devido ao seu valor medicinal em múltiplas áreas). A adição dessas plantas secundárias, anteriormente mencionadas, a essa substância em particular, induz ao usuário do preparado a um estado alterado de consciência que é muitas vezes incompreendido e estigmatizado. Esse estado alterado de consciência assemelha-se a um sonho, dado que neste estado estimula-se a memória e a capacidade de se ter pensamentos abstratos; este estado mental carrega, por si mesmo, qualidades auto-terapêuticas. Ainda que a DMT (dimetiltriptamina) seja produzida naturalmente pelo corpo humano, sendo sabido que a tal substância é produzida em pequenas quantidades pela glândula pineal no cérebro durante o sono, a substância permanece ilegal em alguns países do oeste desde os anos sessenta, quando alguns legisladores, prematuramente, criminalizaram muitas substâncias com suspeitas de ter efeitos na mente, incluindo substâncias naturais, devido ao pânico moral que se difundiu na época – Independentemente do fato de que para muitas delas, incluindo o DMT, nunca foi provado que pudessem fazer mal à saúde de alguma maneira, e que, de fato, foram usadas pelos povos indígenas, extraindo-as das plantas, para tratar doenças por séculos e com muito sucesso.

Entretanto, muitos países europeus redefiniram sua política em relação à desaprovação dessas plantas medicinais nesses últimos anos, muito devido a um aumento de consciência e acesso a novas e imparciais informações em relação a essas plantas, assim como às pesquisas feitas até então. Na Escandinávia, o nativo Sami, Urbi Svonni de Sapmi, Suécia, foi recentemente absolvido de todas as acusações no tribunal de justiça, por ter trazido cactus peruano medicinal para o país. O tribunal determinou que o material vegetal natural por si só não pode ser definido como uma substância controlada, e que o trabalho terapêutico que Svonni estava fazendo, que incluiu o cactus Echinopsis pachanoi, não poderia ser de fato um ato criminoso, mas que teria sim, o propósito de ajudar e curar as pessoas. Outro caso semelhante com o mesmo resultado, envolveu plantas Ayahuasca. Cactus das espécies Echinopsis e Lophophora, são conhecidos pelos seus efeitos calmantes e restauradores sobre o sistema nervoso central, e são utilizados como tal, na medicina etnobotânica.

Mais precisamente, a definição da Ayahuasca é, qualquer chá feito ou pela planta Banisteriopsis Caapi sozinha, ou pela planta B.Caapi + plantas adicionais contendo DMT. Um chá feito de B. Caapi sozinho não possui o que algumas vezes nos referimos como qualidades “visionárias”, uma vez que apenas com a adição da DMT extraída das plantas mencionadas, ou pra ser mais exato, a combinação dos alcalóides MAO-inibidores na planta B.Caapi junto com plantas q contenham o DMT é que induz a um estado de espírito erroneamente chamado por alguns de “alucinógeno”. É necessário que se esclareça que essa palavra traz à tona associações negativas às pessoas e acaba, portanto, sendo temida e incompreendida. Diferente do que algumas pessoas costumam pensar, uma pessoa não tem alucinações ou mesmo visões de coisas inexistentes aparecendo em sua frente após consumir Ayahuasca; o que se observa são sequências de “visões” internas, parecidas com as de um sonho, que vão tomando conta da mente e dos pensamentos enquanto a pessoa se encontra acordada, relaxada e plenamente consciente. Esse fenômeno ocorrerá tão somente se uma quantidade significante do chá for consumido. É na verdade bem tranquilo, apesar da eventual vontade de vomitar – um efeito colateral que afeta algumas pessoas.

É aí que se encontra a essência, muitas vezes incompreendida: Uma pessoa não precisa tomar grandes quantidades de Ayahuasca para provar de seus efeitos medicinais – sem o efeitos visionários e abstratos (e até mesmo as náuseas e vômitos). Além disso, vários dos benefícios medicinais para a saúde podem ser obtidos usando-se B. Caapi sozinho, sem nenhuma planta adicional, garantindo assim, que não se tenha efeitos visionários peculiares, sendo então mais aceito. Deve-se notar, porém, que o efeito sinérgico entre as duas plantas utilizadas simultaneamente, trará a melhor resposta corporal e medicinal. Os exageros relacionados à Ayahuasca são os responsáveis por essa planta ter sido tão negligenciada por tantos anos no ocidente, mas a sua reputação tem sido constantemente revisada à medida que mais pessoas com maior conhecimento destas plantas, em um contexto medicinal, vieram a se posicionar, alegando seu verdadeiro valor, aplicável a diversas condições de saúde – sobretudo no campo das doenças neurológicas. A Ayahuasca já foi utilizada com sucesso para o alívio dos sintomas da esclerose múltipla e artrite reumatóide, por um crescente número de pessoas na Europa desde pelo menos 2006. ELA, esclerose múltipla, doença de Alzheimer e doença de Parkinson, possuem muitas características em comum, uma vez que estão relacionadas à degeneração de células nervosas de algum tipo. Assim, é provável que um remédio de amplo espectro, advindo da medicina natural, capaz de afetar o processo de regeneração das células nervosas, e que também tem propriedades antioxidantes e de proteção celular, possa prevenir e retardar o progresso da doença neurológica degenerativa, de modo geral.

Quaisquer histórias estranhas ou assustadoras a respeito da Ayahuasca, que possam estar circulando, derivam em grande maioria das experiências de pessoas que foram viver com tribos nativas durante o final dos anos 80 e início dos anos 90 e fizeram parte do uso tradicional e cerimonial da Ayahuasca – consumindo, de maneira excepcional, quantidades generosas ou concentradas da medicação em questão, com envolvimento em experiências de limpeza profunda, não necessariamente suportáveis com facilidade. Essa medicação deveria ser respeitada como qualquer outra, evitando uso exagerado, pois os efeitos do uso incorreto produzem à substância um estigma, que não colabora com as pesquisas em busca de opções de tratamento. As visões interiores, vívidas e fascinantes, induzidas pelo forte chá, muitas vezes parecem ter um tema enraizado à natureza, como representado muito bem pelo artista peruano Pablo Amaringo (1938-2009). Elas surgem pelo simples fato de que os alcalóides e triptaminas dissolvidos no chá se combinam e afetam os receptores que, por sua vez, estimulam o processamento da memória relativa às imagens e às palavras – processo esse de grande relevância para as pesquisas relacionadas ao mal de Alzheimer.

É provado que a Ayahuasca, não causa dependência. Ao contrário, é usada para curar pessoas de suas dependências com outras drogas, dado seu efeito desintoxicante. Há bastante documentação sobre sua capacidade de ajudar usuários viciados com seus problemas de abstinência.

A inibição da enzima MAO tem como função, entre outras coisas, assegurar que a absorção de dimetiltriptamina possa ocorrer no corpo, o que caso contrário (sem a inibição da enzima MAO), se quebraria no estômago, sendo então incapaz de causar qualquer efeito. A dimetiltriptamina é, sob o aspecto molecular, idêntica à psilocibina. De acordo com o Dr. Ramos, a combinação única de várias harmala-alcalóides da B. Caapi, e dimetiltriptamina, a partir de fontes vegetais adicionais utilizadas na Ayahuasca, funcionam no nível celular, de modo a reparar e restaurar células nervosas, estimular e aumentar a transmissão do neurônio motor, e proteger as células nervosas restantes e outras células de danos por degeneração. Isso, sem dúvida, é muito valioso, tanto no ponto de vista da ciência neurológica, quanto de perspectivas de investigação futuras, como para o câncer.

PLANTAS AYAHUASCA SÃO EMBALADAS E VENDIDAS EM CASAS DE PRODUTOS NATURAIS, NO PERU. REPARE NA TABELA DE IN- FORMAÇÃO E NA DATA DE VALIDADE. VÁRIAS ESTIRPES DESSA VIDEIRA ESTÃO DISPONÍVEIS. CADA UM COM UM PERFIL ALCA- LÓIDE LIGEIRAMENTE DIFERENTE, PORÉM SEMELHANTE.

Como o B. Caapi por si só provou ter qualidades muito positivas e potencialmente eficazes contra doenças neurológicas, isso é algo que pode ser, de fato, uma opção de tratamento alternativo valioso. Para algumas pessoas que possam ter resultados positivos em qualquer grau, mas não vive em um estado ou país onde é permitido o uso de plantas que contêm dimetiltriptamina, existe então a possibilidade de se viajar para um dos muitos países (ou estados) que, por lei, permitem o uso de plantas secundárias adicionadas com as suas propriedades medicinais combinadas, para a avaliação do tratamento completo com Ayahuasca. Na Europa, a Espanha é um dos vários países onde a Ayahuasca já está sendo bem estabelecida como uma terapia alternativa, e foi também o local escolhido para uma conferência internacional em 2014, onde etnofarmacologistas, psicólogos, e pesquisadores de todo o mundo, se reuniram em torno dos temas sobre a Ayahuasca e outros enteógenos.

Entre outros, o PhD em medicina Ede Frescka, da Universidade de Debrecen, dá palestras sobre as possibilidades de se regenerar células do cérebro e regular o sistema de defesa imunológico através deste medicamento à base de plantas, entre outros. Esse evento é realizado pela ICEERS – International Center for Ethnobotanical Education Research and Service, e pode ser visto pelo link:

http://www.aya2014.com/en/confirmed-speakers-2/

Além de sua capacidade para ajudar e melhorar o processo de reparo neural celular e sua proteção contra a oxidação celular, muitas dessas plantas enteogênicas (e fungos), incluindo a Ayahuasca, possuem também qualidades psicoterapêuticas. Lidar com a doença degenerativa é obviamente estressante para os pacientes, e uma grande dose de alívio emocional, uma visão pessoal e capacidade de lidar melhor com a própria situação pessoal é viável, através da experiência única, ou repetida, de plantas medicinais enteógenas, em um ambiente confortável e de apoio, de acordo com a renomada Universidade de medicina John Hopkins.

O fato de que muitas dessas plantas medicinais estão ressurgindo conforme recebem aprovação científica é uma grande notícia sob muitos aspectos. Sustentabilidade e questôes ambientais são alguns destes aspectos, e até agora as perspectivas são positivas. Muitas fazendas orgânicas têm-se desenvolvido nas Américas do Sul e Central, cultivando Ayahuasca tanto para o uso local, quanto para a exportação, fornecendo trabalho e renda para as pessoas das áreas rurais, que de outra forma, estariam lutando contra a pobreza. Isso também dá a chance para muitos locais se reconectarem com seu passado cultural, uma vez que a Ayahuasca é declarada como um patrimônio nacional no Peru, entre outros lugares.

PLANTAÇÃO DE AYAHUASCA SUSTENTÁVEL, NO BRASIL. ESSAS ÁRVORES DA CHACRONA LEVAM VÁRIOS ANOS ATÉ CHEGAREM AO SEU TAMANHO ADULTO DE 2-3 METROS.

Anteriormente desconhecida, essa planta medicinal era completamente ignorada,mas conforme vamos entendendo seu potencial, a negligência dá lugar á sabedoria, e as bases científicas sobre este assunto está se tornando mais firme. As pessoas não devem ser levadas a pensar que se trata de algum tipo de cura milagrosa, mas sim, algo que poderia fornecer uma ajuda a longo prazo, na recuperação da função do corpo e da mente, em pessoas com certas condições neurológicas. Juntos, como uma comunidade, todos podemos ajudar informando as pessoas de uma maneira imparcial, ética e segura sobre todas as opções de tratamentos alternativos viáveis, e sobre o valor terapêutico e medicinal das plantas enteogênicas, em geral.

Atualmente, há um Projeto Piloto internacional em andamento, envolvendo pessoas com diagnóstico de ELA, documentando o uso dessa planta medicinal, a coleta e avaliação dos resultados a serem processados neste momento.

Para acompanhar esse projeto, ou se você está interessado em se tornar um participante, clique no link a seguir:

https://ayahuascatreatment.wordpress.com/2014/09/22/natural-als-treatment-pilot-project/

Historicamete, a Ayahuasca vem sido usada há muito tempo, mas apenas recentemente tem sido usada para tratamentos das condições trazidas nesse artigo. É esperado que qualquer melhoria substancial possa ser mais claramente percebida no longo prazo. Atualizações iniciais de pessoas que participam do projeto piloto ELA relatam algumas coisas em comum; o sentimento de uma gama mais ampla de movimento, alívio de tensões nos músculos e ligeira melhoria na aderência em membros afetados, entretanto deve-se notar que nenhuma dessas pessoas perdeu todo o seu controle muscular antes do tratamento, e que se esses efeitos serão ou não permanentes, ainda não se sabe.

Resumo dos pontos-chave:

A Ayahuasca poderia ser usada efetivamente no tratamento da ELA e outras doenças do neurônio motor, com base em estudos que evidenciam seus efeitos antioxidantes únicos, que parecem proteger o cérebro/células nervosas, tendo como alvo, os neurônios motores através de um sistema de transporte bioquímico único, e que a Ayahuasca e outras substâncias similares em sua estrutura molecular estimulam a regeneração e o desenvolvimento de novas células nervosas/cerebrais. Com os estudos até o momento, percebeu-se uma redução dos sintomas reportados em pacientes de Parkinson. As doenças neurodegenerativas compartilham um terreno em comum, tornando-se assim provável que algo que melhore a condição A possa também ser benéfico para uma condição B. Também existe base em fontes seguras e confiáveis de pessoas que têm utilizado a Ayahuasca para alívio dos sintomas de esclerose múltipla (mais uma vez, o terreno comum das doenças degenerativas) documentada em livros sobre a Ayahuasca e, a partir de descrições de uma melhoria no estágio inicial por pessoas com vários tipos de ELA, agora que participam do projeto de tratamento, já havendo usado tal medicação por um período de tempo.

A Ayahuasca, bem como outros enteógenos, com o tempo obterão a credibilidade que merecem, e trarão novas possibilidades para muitos enfermos de doenças das quais ainda não existem opções convencionais de tratamento. Enquanto isso, estas plantas medicinais permanecem disponíveis para a avaliação pessoal do indivíduo que resolver explorar como opção. Em relação às condições médicas levantadas neste artigo, estas plantas podem ter agir, no futuro, como uma ferramenta poderosa para a reversão da progressão da ELA e doenças relacionadas.

Para apoiar este estudo, uso paypal. Qualquer doação, não importa quantidade, ajuda a manter este projeto vivo e a manter este estudo em progresso.

Paypal Destinatário: ayahuascatreatment@hotmail.com

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Referências:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2828149/pdf/nihms156585.pdf

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2828149/

(Ayahuasca e doenças neurológicas)

http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0019264

http://www.sciencedaily.com/releases/2011/05/110526131244.htm

(Ayahuasca harmala-alcalóides e estudo da doença de Alzheimer)

http://www.sram.org/media/documents/uploads/article_pdfs/5-3-01-Serrano-Duenas.pdf

(B. Caapi e doença de Parkinson)

http://www.stichtingopen.nl/en/component/content/article/research/study-shows-no-evidence-of-adverse-mental-health-effects-in-long-term-ayahuasca-users

http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0042421

( Estudo provando que a Ayahuasca é segura de um ponto de vista saudável, e que não tem efeitos colaterais a longo prazo)

http://smo.sagepub.com/content/1/2050312113508389.full

(Pesquisa sobre Ayahuasca / Cancer)

http://www.washingtonpost.com/news/to-your-health/wp/2014/07/03/psychedelic-drugs-put-your-brain-in-a-waking-dream-study-finds/

( Estudo da psilocibina mostrando um aumento na função de memória em indivíduos)

http://health.usf.edu/medicine/neurology/faculty/sanchez_ramos.htm

(Perfil do Dr. Juan ramos)

https://youtu.be/eV3l1YIpdik

(pesquisa sobre a psilocibina e o cérebro)

http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0042421

(Estudo provando a ingestão regular de Ayahuasca levando a um aumento a longo prazo de bem-estar e saúde mental, em geral)

http://iceers.org

(ICEERS – International center for ethnobotanical education research and service)

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23627784

http://bitnest.ca/external.php?id=%257DbxUgY%255CC%2540%251BD%252A%253A-D%251BU%255BP%2500JIqc%2560%2515T

(Estudos canadenses sobre a Ayahuasca como um tratamento para o abuso de drogas e álcool)

http://www.heffter.org/research-jhus.htm

(Estudos da Universidade John Hopkins sobre os benefícios dos cogumelos medicinais psilocibina)

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6682439

(Estudo dos efeitos dos cactos Echinopsis e Lophophora no sistema nervoso central)

http://bioweb.uwlax.edu/bio203/2011/toellner_kayl/Medical.htm

(Propriedades medicinais do cactus Lophophora)

http://www.newsweek.com/chemical-ayahuasca-has-potential-treat-diabetes-313780

(Pesquisa sobre a Ayahuasca e a diabetes)


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